quarta-feira, 22 de setembro de 2010

AVALIAÇÃO TERCEIRO BIMESTRE

TURMAS: (   ) 2001      (  ) 2002        (  ) 2003




CIEP BRIZOLÃO 207 GILSON AMADO
AVALIAÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA
PROFESSORA LILIAN SANTOS
ALUNO(A): _________________________________________

Leia o trecho reproduzido abaixo para responder às questões 01 a 03:

“Com franqueza, estava arrependido de ter vindo. Agora que ficava preso, ardia por andar lá fora, e recapitulava o campo e o
morro, pensava nos outros meninos vadios, o Chico Telha, o Américo, o Carlos das Escadinhas, a fina flor do bairro e do gênero
humano. Para cúmulo de desespero, vi através das vidraças da escola, no claro azul do céu, por cima do morro do Livramento, um
papagaio de papel, alto e largo, preso de uma corda imensa, que bojava no ar, uma cousa soberba. E eu na escola, sentado, pernas
unidas, com o livro de leitura e a gramática nos joelhos.
- Fui um bobo em vir, disse eu ao Raimundo.
- Não diga isso, murmurou ele.”
("Conto de escola". Machado de Assis In: Contos, São Paulo, Ática, 1992, 9ª ed., p. 25-30)

01- Indique o segmento que completa, de acordo com o texto, o enunciado formulado a seguir: No trecho transcrito, o narrador-personagem é um menino que relata:

a- ( ) as dificuldades que experimenta nas aulas de leitura e gramática.
b- ( ) o desespero por não possuir um papagaio de papel tão soberbo como aquele que via no céu.
c- ( ) os temores de ficar de castigo, sentado, os livros no joelho.
d- ( ) o arrependimento por não ter acompanhado Raimundo nas estripulias com os meninos do morro.
e- ( ) suas emoções em um dia de escola.

02 - Indique o segmento que completa, de acordo com o texto, o enunciado formulado a seguir: O menino se confessava "arrependido de ter vindo" porque:

a- ( ) os outros meninos vadios passariam a chamá-lo de bobo.
b- ( ) não gostava que os outros meninos empinassem seu papagaio de papel.
c- ( ) preferia ter ficado com os outros meninos, a brincar na rua.
d- ( ) tivera de cumprir a promessa de que viria, feita a Raimundo.
e- ( ) sentia dor nas pernas, ao ficar muito tempo sentado, com os livros nos joelhos.

03 - Indique a letra que não apresenta uma relação semântica correta entre os termos emparelhados:

a- ( ) menino-narrador - arrependimento de ter vindo
b- ( ) menino-narrador - preso de uma corda imensa
c- ( ) papagaio de papel - uma cousa soberba
d- ( ) papagaio de papel - bojava no ar
e- ( ) papagaio de papel - alto e largo


(FUVEST) Texto para as questões 04 a 07:

"Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas no cabo: a diferença radical entre este livro e o Pentateuco."

(Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas)

04 - O autor afirma que:

a- ( ) vai começar suas memórias pela narração de seu nascimento.
b- ( ) vai adotar uma seqüência narrativa vulgar.
c- ( ) o que o levou a escrever suas memórias foram duas considerações sobre a vida e a morte.
d- ( ) vai começar suas memórias pela narração de sua morte.
e- ( ) vai adotar a mesma seqüência narrativa utilizada por Moisés.

05 - Definindo-se como um "defunto autor", o narrador:

a- ( ) pôde descrever sua própria morte.
b- ( ) escreveu suas memórias antes de morrer.
c- ( ) obteve em vida o reconhecimento de sua obra.
d- ( ) ressuscitou na sua obra após sua morte.
e- ( ) descreveu a morte após o nascimento.

06 - Segundo o narrador, Moisés, contou sua morte no:

a- ( ) promontório
b- ( ) intróito
c- ( ) meio do livro
d- ( ) começo da missa
e- ( ) fim do livro

07- O tom predominante no texto é de:

a- ( ) luto e tristeza
b- ( ) mágoa e hesitação
c- ( ) humor e ironia
d- ( ) surpresa e nostalgia
e- ( ) pessimismo e resignação


08 - (FUVEST) Indique a alternativa que se refere corretamente ao protagonista de Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida:

a- ( ) Nele, como também em personagens menores, há o contínuo e divertido esforço de driblar o acaso das condições adversas e a avidez de gozar os intervalos da boa sorte.
b- ( ) Este herói de folhetim se dá a conhecer sobretudo nos diálogos, nos quais revela ao mesmo tempo a malícia aprendida nas ruas e o idealismo romântico que busca ocultar.
c- ( ) A personalidade assumida de sátiro é a máscara de seu fundo lírico, genuinamente puro, a ilustrar a tese da "bondade natural", adotada pelo autor.
d- ( ) Enquanto cínico, calcula friamente o carreirismo matrimonial; mas o sujeito moral sempre emerge, condenado o próprio cinismo ao inferno da culpa, do remorso e da expiação.
e- ( ) Ele é uma espécie de barro vital, ainda amorfo, a que o prazer e o medo vão mostrando os caminhos a seguir, até sua transformação final em símbolo sublimado.

09 - (UEL- PR) Uma característica, já presente em romances de José de Alencar, encontra em Machado de Assis o ponto mais alto da narrativa brasileira no século XIX. Trata-se:

a- ( ) do traço regionalista, que estende e procura completar a visão das terras do Brasil;
b- ( ) do aprofundamento da análise psicológica das personagens, notadamente das femininas;
c- ( ) da preocupação com o homem do sertão brasileiro, cuja vida é tema de romances e contos;
d- ( ) da vertente indigenista, preocupada em ampliar o conhecimento das coisas brasileiras;
e- ( ) da identificação das situações criadas entre as personagens, na trama narrativa..

As crônicas da vila de Itaguaí dizem que em tempos remotos vivera ali um certo médico, o Dr. Simão Bacamarte, filho da nobreza da terra e o maior dos médicos do Brasil, de Portugal e das Espanhas. Estudara em Coimbra e Pádua. Aos trinta e quatro anos regressou ao Brasil, não podendo el- rei alcançar dele que ficasse em Coimbra, regendo a universidade, ou em Lisboa, expedindo os negócios da monarquia. - A ciência, disse ele a Sua Majestade, é o meu emprego único; Itaguaí é o meu universo. Dito isto, meteu-se em Itaguaí, e entregou-se de corpo e alma ao estudo da ciência, alternando as curas com as leituras, e demonstrando os teoremas com cataplasmas. Aos quarenta anos casou com D. Evarista da Costa e Mascarenhas, senhora de vinte e cinco anos, viúva de um juiz de fora, e não bonita nem simpática. Um dos tios dele, caçador de pacas perante o Eterno, e não menos franco, admirou-se de semelhante escolha e disse-lho. Simão Bacamarte explicou-lhe que D. Evarista reunia condições fisiológicas e anatômicas de primeira ordem, digeria com facilidade, dormia regularmente, tinha bom pulso, e excelente vista; estava assim apta para dar-lhe filhos robustos, sãos e inteligentes. Se além dessas prendas, - únicas dignas da preocupação de um sábio, - D. Evarista era mal composta de feições, longe de lastimá-lo, agradecia-o a Deus, por- quanto não corria o risco de preterir os interesses da ciência na contemplação exclusiva, miúda e vulgar da consorte. D. Evarista mentiu às esperanças do Dr. Bacamarte, não lhe deu filhos robustos nem mofinos. A índole natural da ciência é a longanimidade; o nosso médico esperou três anos, depois quatro, depois cinco. Ao cabo desse tempo fez um estudo profundo da matéria, releu todos os escritores árabes e outros, que trouxera para Itaguaí, enviou consultas às universidades italianas e alemãs, e acabou por aconselhar à mulher um regime alimentício especial. A ilustre dama, nutrida exclusivamente com a bela carne de porco de Itaguaí, não atendeu às admoestações do esposo; e à sua resistência, - explicável, mas inqualificável, - devemos a total extinção da dinastia dos Bacamartes. Mas a ciência tem o inefável dom de curar todas as mágoas; o nosso médico mergulhou inteiramente no estudo e na prática da medicina. Foi então que um dos recantos desta lhe chamou especialmente a atenção, - o recanto psíquico, o exame da patologia cerebral. Não havia na colônia, e ainda no reino, uma só autoridade em semelhante matéria, mal explorada, ou quase inexplorada. Simão Bacamarte compreendeu que a ciência lusitana, e particular- mente a brasileira, podia cobrir-se de "louros imarcescíveis", - expressão usada por ele mesmo, mas em um arroubo de intimidade doméstica; exteriormente era modesto, segundo convém aos sabedores.

Machado de Assis. O alienista São Paulo: Ática, 1982, pp. 9-10

10 - O alienista, publicado entre outubro de 1881 e março de 1882, é considerado um dos mais importantes contos de Machado de Assis. A partir da trajetória de Simão Bacamarte, protagonista da estória, Machado constrói um painel da sociedade brasileira de seu tempo, com seus valores, problemas e impasses. Tomando por base o fragmento selecionado, assinale a opção que melhor exprime a intenção do autor:

a- ( ) Valorização da ciência como caminho preferencial para a superação do atraso intelectual do país.
b- ( ) Ironia em relação aos critérios utilizados por Simão Bacamarte na escolha de D. Evarista como sua esposa e genitora de seus filhos.
c- ( ) Apoio aos postulados do pensamento positivista e da ideologia do progresso defendidos por Simão Bacamarte.
d- ( ) Crítica aos hábitos culturais da vila de Itaguaí, em especial à alimentação, fator que contribuía para a dificuldade de D. Evarista em engravidar.
e- ( ) Exaltação do papel do médico como referência de desenvolvimento de uma sociedade.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

BIBLIOTECA DIGITAL MUNDIAL








Missão


A Biblioteca Digital Mundial disponibiliza na Internet, gratuitamente e em formato multilíngue, importantes fontes provenientes de países e culturas de todo o mundo.



Os principais objetivos da Biblioteca Digital Mundial são:



Promover a compreensão internacional e intercultural;

Expandir o volume e a variedade de conteúdo cultural na Internet;

Fornecer recursos para educadores, acadêmicos e o público em geral;

Desenvolver capacidades em instituições parceiras, a fim de reduzir a lacuna digital dentro dos e entre os países.




domingo, 12 de setembro de 2010

PROJETO FEIRA INTEGRADA "DESCOBRINDO TALENTOS"

      Trabalho realizado através da adaptação para HQ das obras da Literatura Brasileira Memórias de um sargento de Milícias, Senhora, Memórias Póstumas de Brás Cubas, O Alienista e O Cortiço. Esta oficina faz parte do projeto PDE 2009.
      Além do trabalho com as adaptações os alunos assistiram ao seriado criado a partir do livro Senhora, o filme O Alienista e resumos dos enredos além da obra integral de Memórias de um Sargento de Milícias. Todas as referências com relação a estas obras estão em postagens anteriores.

TURMAS: 2001, 2002 E 2003

LINHA DO TEMPO

SÉCULO XIX

DE MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS ATÉ O CORTIÇO
DE MANUEL ANTÔNIO DE ALMEIDA ATÉ ALUÍSIO DE AZEVEDO
DO ROMANTISMO ATÉ O REALISMO-NATURALISMO


ERRATA: O TÍTULO DO LIVRO DO ÚLTIMO CARTAZ CORRETO É O CORTIÇO.


sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O CORTIÇO - HQ

Uma história em quadrinhos

1) Observe o primeiro quadrinho da página 5 e especifique:




a- os cenários:

b- os personagens, suas vestimentas e suas atividades:

2) Observe agora o primeiro quadrinho da página 6 e responda:




a- Como estão representados o cenário e os personagens?
b- Qual a principal diferença entre a representação deste quadrinho e o do analisado no primeiro exercício?

3- O último quadrinho da página 8 está configurado para que o leitor visualize a diferença das construões do cortiço e a casa de Miranda. Aponte as diferenças entre elas.


4- Miranda sonha com um título de nobrea. Por conta disso, deve seguir algumas regras da sociedade em que vive, servindo de exemplo para a população. Mantém então um casamento em que não é feliz completamente.
a- Qual o motivo de seu descontentamento no casamento?
b- Qual o título que ele conquista?

5- O tema do adultério também está presente nas relações matrimoniais do cortiço. Cite pelo menos um exemplo.

6- Na década de 1880, as políticas abolicionistas começaram a tomar conta das ruas das cidades brasileiras, até que em maio 1888 foi assinada a Lei Áurea proibindo a escrevidão. No entanto, não era a maior parte da população que aprovava a libertação dos escravizados. retire do início do texto uma frase do personagem Botelho, que indique essa reeição.

7- João Romão, na sua busca por ascensão social, promove uma série de falcatruas: rouba de seus clientes e engana Bertoleza, sua amigada.

a- Bertoleza acredita que é livre. O que João Romão fez para enganá-la?
b- Quando Bertoleza descobre que ainda está escravizada?

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

ENREDO DE "O CORTIÇO" ALUÍSIO DE AZEVEDO



Fonte: http://www.livroclip.com.br/index.php?acao=hotsite&cod=53

O CORTIÇO

      Publicado em 1890, O Cortiço é um romance Naturalista de autoria de Aluísio Azevedo - Maranhense. É a obra mais importante deste movimento - Naturalista no Brasil, onde os personagens principais são os moradores de um cortiço no bairro do Botafogo no Rio de Janeiro, precursor dos problemas sociais que enfrentamos hoje na sociedade, com crescimento desordenado das favelas, onde moram legiões de excluídos, cheios de vícios.

   Narrado em terceira pessoa onisciente, segundo Rui Mourão: “[...] podendo, em consequência, deslocar o foco narrativo da maneira que bem entender, sem consideração das circunstâncias de espaço e tempo[...]”. É a história do Cortiço – personagem principal - começa com a chegada da personagem João Romão - querendo mais e mais dinheiro e poder, pensando em si só, ao mesmo tempo que cresce da miséria alheia. Vem morar numa vendinha de um outro Português, dormia sobre o balcão e usava um saco de estopa como travesseiro. Morre o vendeiro e João Romão - ganancioso e avarento comerciante - aprece como dono da vendinha, surgem os primeiros cômodos da futura Estalagem. Junta-se a Bertoleza – escrava quitandeira, que vendia peixes fritos e iscas de boi, submissiva e trabalhadeira por ser negra – a custa da promessa de enviar seu dinheiro para o seu Senhor como pagamento de sua alforria, coisa que João Romão nunca fez.

   Com o dinheiro que arrecada comprou um faixa de terra para ampliar seu negócio, mas outro também o faz, o Miranda para construir um sobrado, pois estava cansado da casa no centro do Rio de Janeiro. Surge um conflito entre o taberneiro ganancioso e o Rico Atacadista de tecidos. Com isso claramente a questão das camadas sociais.

“Essa obra de Aluísio Azevedo tem dois elementos importantes: primeiro, o extensivo uso de zoomorfismo; e, segundo, cria um microcosmo (Que é o cortiço do título). O cortiço também é ostensivamente personificado no decorrer da obra, sendo muitas vezes tratado como um único personagem ("Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas.", capítulo III)”.

   A obra apresenta toda a sorte de patologias sociais, um mundo doentio de traíções sórdidas, violências sexuais,relacionamento lésbico e homosexual. Não se concentra em um único personagem central, mas várias personagens. São vários grupos como a chegada do Jerônimo e sua esposa Piedade – Portugueses; a Rita Baiana e o Firmino, pobres moradores do cortiço entre outros.

   João Romão tem um vizinho rico indesejado que é o Miranda, e também português, seu sobrado era um luxo e tinha título de nobreza, a este, por inveja,começa questionar sua riqueza e descobre que o Miranda casou-se por interesse, ois era um simples caixeiro – vendedor de tecidos para o pai de Dona Estela sua esposa,uma mulher rica que após a morte do pai herda tudo e marido passa a gerir seus negócios, mas eles se odeiam mutuamente, tem uma filha que é a Zulmirinha que o pai suspeita de não ser sua. Vive na casa do Miranda, ainda Botelho e Heriquinho. Na loucura do eriquecimento, de imitar o Miranda, competir com ele, João Romão, constrói uma Pedreira, convida o português Jerônimo para coordenar os trabalhadores da Pedreira.

   Jerônimo começa a sofrer mudanças, de um português forte, trabalhador e honesto que veio para ficar rico sem se envolver com os brasileiros, se apaixona por Rita e começa a ficar parecido com um brasileiro malandro e preguiçoso é o determinismo de Hipolite Taine, o homem é produto do meio.Rita Baiana, uma mulata de sangue quente, ferveu-lhe o sangue e o fez esquecer de tudo. “Jerônimo briga com Firmo, namorado de Rita, é esfaqueado e vai para o hospital. Quando sai, chama uns amigos e vai ao cortiço vizinho, o "Cabeça de Gato", onde mata Firmo a pauladas”.


   “Naquela Mulata estava o grande mistério, a síntese das impressões que ele recebeu chegando aqui: ela era a luz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho das sestas da fazenda; o aroma quente dos trevos e das baunilhas, que o atordoara nas matas brasileiras; era a palmeira virginal e esquiva que não torce a nenhuma outra planta; era o veneno e açucar gostoso; era o sapoti mais doce que o mel era a castanha do caju, que abre feridas com seu azeite de fogo; ela era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta viçosa, a muriçoca doida, que esvoaçava havia muito tempo em torno do corpo dele, assanhado-lhe os desejos, acordando-lhe as fibras embambecidas pela saudade da terra., picando-lhe as artèrias”

   No meio da avareza, da ganância João Romão começa consegui um título de nobreza. O cortiço é destruído por um incêndio devido a rivalidade do “Cabeça de Gato”. Reconstruído com aprimoramento agoara moradores da classe média, ao invés da pobreza de antes. João Romão se aristocratiza e sonha com ajuda do Botelho – braço direito do Miranda em casar-se com sua filha Zulmira, para fazer parte do mundo que tanto cobiçou. Mas esqueceu de um pequeno detalhe: chama-se Bertoleza.

   Segundo Rui Mourão só uma solução: “logo depois de João Romão forçar o retorno de Bertoleza à escravidão” – ele a denuncia - Pois ele havia forjado a carta de alforria - chega seu dono em busca de sua escrava por direito, ela é cercada, Bertoleza resiste praticando a sua própria morte – “abrindo a barriga com a mesma faca com que cortava peixe”.

Fonte: http://www.algosobre.com.br/resumos-literarios/o-cortico.html


quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O CORTIÇO

      Objetivo: Mostrar o enredo do livro através da História em Quadrinho.


O CORTIÇO



PARA ACESSAR A OBRA COMPLETA ENTRE NO LINK:





1. (ITA) Leia as proposições acerca de O Cortiço.


I. Constantemente, as personagens sofrem zoomorfização, isto é, a animalização do comportamento humano, respeitando os preceitos da literatura naturalista.


II. A visão patológica do comportamento sexual é trabalhada por meio do rebaixamento das relações, do adultério, do lesbianismo, da prostituição etc.


III. O meio adquire enorme importância no enredo, uma vez que determina o comportamento de todas as personagens, anulando o livre-arbítrio.


IV. O estilo de Aluísio Azevedo, dentro de O Cortiço, confirma o que se percebe também no conjunto de sua obra: o talento para retratar agrupamentos humanos.

Está(ão) correta(s)

a) todas.

b) apenas I.

c) apenas I e II.

d) apenas I, II e III.

e) apenas III e IV.



2. (UFV-MG) Leia o texto abaixo, retirado de O Cortiço, e faça o que se pede:


Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas.

Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada, sete horas de chumbo.

[…].

O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se; já se não destacavam vozes dispersas, mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço. Começavam a fazer compras na venda; ensarilhavam-se discussões e rezingas; ouviam-se gargalhadas e pragas; já se não falava, gritava-se. Sentia-se naquela fermentação sangüínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulham os pés vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de existir, a triunfante satisfação de respirar sobre a terra.

AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. 15. ed. São Paulo: Ática, 1984. p. 28-29.


Assinale a alternativa que NÃO corresponde a uma possível leitura do fragmento citado:

a) No texto, o narrador enfatiza a força do coletivo. Todo o cortiço é apresentado como um personagem que, aos poucos, acorda como uma colméia humana.

b) O texto apresenta um dinamismo descritivo, ao enfatizar os elementos visuais, olfativos e auditivos.

c) O discurso naturalista de Aluísio Azevedo enfatiza nos personagens de O Cortiço o aspecto animalesco, “rasteiro” do ser humano, mas também a sua vitalidade e energia naturais, oriundas do prazer de existir.

d) Através da descrição do despertar do cortiço, o narrador apresenta os elementos introspectivos dos personagens, procurando criar correspondências entre o mundo físico e o metafísico.

e) Observa-se, no discurso de Aluísio Azevedo, pela constante utilização de metáforas e sinestesias, uma preocupação em apresentar elementos descritivos que comprovem a sua tese determinista.



TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 3 A 5:



O cortiço



Fechou-se um entra-e-sai de marimbondos defronte daquelas cem casinhas ameaçadas pelo fogo. Homens e mulheres corriam de cá para lá com os tarecos ao ombro, numa balbúrdia de doidos. O pátio e a rua enchiam-se agora de camas velhas e colchões espocados. Ninguém se conhecia naquela zumba de gritos sem nexo, e choro de crianças esmagadas, e pragas arrancadas pela dor e pelo desespero. Da casa do Barão saíam clamores apopléticos; ouviam-se os guinchos de Zulmira que se espolinhava com um ataque. E começou a aparecer água. Quem a trouxe? Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes e baldes que se despejavam sobre as chamas.

Os sinos da vizinhança começaram a badalar.

E tudo era um clamor.

A Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de uma fornalha acesa. Estava horrível; nunca fora tão bruxa. O seu moreno trigueiro, de cabocla velha, reluzia que nem metal em brasa; a sua crina preta, desgrenhada, escorrida e abundante como as das éguas selvagens, dava-lhe um caráter fantástico de fúria saída do inferno. E ela ria-se, ébria de satisfação, sem sentir as queimaduras e as feridas, vitoriosa no meio daquela orgia de fogo, com que ultimamente vivia a sonhar em segredo a sua alma extravagante de maluca.

Ia atirar-se cá para fora, quando se ouviu estalar o madeiramento da casa incendiada, que abateu rapidamente, sepultando a louca num montão de brasas. (Aluísio Azevedo. O cortiço)



3. (UNIFESP) A questão a seguir baseia-se no seguinte fragmento do romance O cortiço (1890), de Aluísio Azevedo (1857-1913):


Em O cortiço, o caráter naturalista da obra faz com que o narrador se posicione em terceira pessoa, onisciente e onipresente, preocupado em oferecer uma visão crítico-analítica dos fatos. A sugestão de que o narrador é testemunha pessoal e muito próxima dos acontecimentos narrados aparece de modo mais direto e explícito em:

a) Fechou-se um entra-e-sai de marimbondos defronte daquelas cem casinhas ameaçadas pelo fogo.

b) Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes e baldes que se despejavam sobre as chamas.

c) Da casa do Barão saíam clamores apopléticos...

d)A Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de uma fornalha acesa.

e) Ia atirar-se cá para fora, quando se ouviu estalar o madeiramento da casa incendiada...



4) O caráter naturalista nessa obra de Aluísio Azevedo oferece, de maneira figurada, um retrato de nosso país, no final do século XIX. Põe em evidência a competição dos mais fortes, entre si, e estes, esmagando as camadas de baixo, compostas de brancos pobres, mestiços e escravos africanos. No ambiente de degradação de um cortiço, o autor expõe um quadro tenso de misérias materiais e humanas. No fragmento, há várias outras características do Naturalismo. Aponte a alternativa em que as duas características apresentadas são corretas:

a) Exploração do comportamento anormal e dos instintos baixos; enfoque da vida e dos fatos sociais contemporâneos ao escritor.

b) Visão subjetivista dada pelo foco narrativo; tensão conflitiva entre o ser humano e o meio ambiente.

c) Preferência pelos temas do passado, propiciando uma visão objetiva dos fatos; crítica aos valores burgueses e predileção pelos mais pobres.

d) A onisciência do narrador imprime-lhe o papel de criador, e se confunde com a idéia de Deus; utilização de preciosismos vocabulares, para enfatizar o distanciamento entre a enunciação e os fatos enunciados.

e) Exploração de um tema em que o ser humano é aviltado pelo mais forte; predominância de elementos anticientíficos, para ajustar a narração ao ambiente degradante dos personagens.



5) Releia o fragmento de O cortiço, com especial atenção aos dois trechos a seguir:

Ninguém se conhecia naquela zumba de gritos sem nexo, e choro de crianças esmagadas, e pragas arrancadas pela dor e pelo desespero.

(...)

E começou a aparecer água. Quem a trouxe? Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes e baldes que se despejavam sobre as chamas.

No fragmento, rico em efeitos descritivos e soluções literárias que configuram imagens plásticas no espírito do leitor, Aluísio Azevedo apresenta características psicológicas de comportamento comunitário. Aponte a alternativa que explicita o que os dois trechos têm em comum:


a) Preocupação de um em relação à tragédia do outro, no primeiro trecho, e preocupação de poucos em relação à tragédia comum, no segundo trecho.

b) Desprezo de uns pelos outros, no primeiro trecho, e desprezo de todos por si próprios, no segundo trecho.

c) Angústia de um não poder ajudar o outro, no primeiro trecho, e angústia de não se conhecer o outro, por quem se é ajudado, no segundo trecho.

d) Desespero que se expressa por murmúrios, no primeiro trecho, e desespero que se expressa por apatia, no segundo trecho.

e) Anonimato da confusão e do “salve-se quem puder”, no primeiro trecho, e anonimato da cooperação e do “todos por todos”, no segundo trecho.



6. (ESPM) Dos segmentos abaixo, extraídos de O Cortiço, de Aluísio Azevedo, marque o que não traduza exemplo de zoomorfismo:

a) Zulmira tinha então doze para treze anos e era o tipo acabado de fluminense; pálida, magrinha, com pequeninas manchas roxas nas mucosas do nariz, das pálpebras e dos lábios, faces levemente pintalgadas de sardas.

b) Leandra...a Machona, portuguesa feroz, berradora, pulsos cabeludos e grossos, anca de animal do campo.

c) Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas.

d) E naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade quente e lodosa começou a minhocar,... e multiplicar-se como larvas no esterco.

e) Firmo, o atual amante de Rita Baiana, era um mulato pachola, delgado de corpo e ágil como um cabrito...



7. (UEL) A questão refere-se aos trechos a seguir.

“Justamente por essa ocasião vendeu-se também um sobrado que ficava à direita da venda, separado desta apenas por aquelas vinte braças; e de sorte que todo o flanco esquerdo do prédio, coisa de uns vinte e tantos metros, despejava para o terreno do vendeiro as suas nove janelas de peitoril. Comprou-o um tal Miranda, negociante português, estabelecido na rua do Hospício com uma loja de fazendas por atacado.”

“E durante dois anos o cortiço prosperou de dia para dia, ganhando forças, socando-se de gente. E ao lado o Miranda assustava-se, inquieto com aquela exuberância brutal de vida, aterrado diante daquela floresta implacável que lhe crescia junto da casa, por debaixo das janelas, e cujas raízes piores e mais grossas do que serpentes miravam por toda parte, ameaçando rebentar o chão em torno dela, rachando o solo e abalando tudo.”

(AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. 26. ed. São Paulo: Martins, 1974. p. 23; 33.)

Com base nos fragmentos citados e nos conhecimentos sobre o romance O Cortiço, de Aluísio Azevedo, considere as afirmações a seguir:


I. A descrição do cortiço, feita através de uma linguagem metafórica, indica que, no romance, esse espaço coletivo adquire vida orgânica, revelando-se um “ser” cuja força de crescimento assemelha-se ao poderio de raízes em desenvolvimento constante que ameaçam tudo abalar.


II. A inquietação de Miranda quanto ao crescimento do cortiço deve-se ao fato de que sua casa, o sobrado, ainda que fosse uma construção imponente, não possuía uma estrutura capaz de suportar o crescimento desenfreado do vizinho, que ameaçava derrubar sua habitação.


III. Não obstante a oposição entre o sobrado e o cortiço em termos de aparência física dos ambientes, os moradores de um e outro espaço não se distinguem totalmente, haja vista que seus comportamentos se assemelham em vários aspectos, como, por exemplo, os de João Romão e Miranda.


IV. Os dois ambientes descritos marcam uma oposição entre o coletivo (o cortiço) e o individual (o sobrado) e, por extensão, remetem também à estratificação presente no contexto do Rio de Janeiro do final do século XIX.

Estão corretas apenas as afirmativas:

a) I e II.

b) I e III.

c) II e IV.

d) I, III e IV.

e) II, III e IV.



8. (UFLA) Relacione os trechos da obra O Cortiço, de Aluísio de Azevedo, às características realistas/naturalistas seguintes que predominam nesses trechos e, a seguir, marque a alternativa CORRETA:


1. Detalhismo.

2. Crítica ao capitalismo selvagem.

3. Força do sexo.

( ) “(...) possuindo-se de tal delírio de enriquecer, que afrontava resignado as mais duras privações. Dormia sobre o balcão da própria venda, em cima de uma esteira, fazendo travesseiro de um saco de estepe cheio de palha.”

( ) “(...) era a luz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho das sestas de fazenda; era o aroma quente dos trevos e das baunilhas, que o atordoara nas matas brasileiras.”

( ) “E seu tipo baixote, socado, de cabelos à escovinha, a barba sempre por fazer (...) Era um pobre diabo caminhando para os setenta anos, antipático, muito macilento.”

a) 2, 1, 3

b) 1, 3, 2

c) 3, 2, 1

d) 2, 3, 1

e) 1, 2, 3



9. (UNIFESP / SP) Em O cortiço, o caráter naturalista da obra faz com que o narrador se posicione em terceira pessoa, onisciente e onipresente, preocupado em oferecer uma visão crítico- analística dos fatos. A sugestão de que o narrador é testemunha pessoal e muito próxima dos acontecimentos narrados aparece de modo mais direto e explícito em:

a) Fechou-se um entra-e-sai de marimbondos defronte daquelas cem casinhas ameaçadas pelo fogo.

b) Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes que se despejavam sobre as chamas.

c) Da casa do Barão saíam clamores apopléticos...

d) A Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de uma fornalha acesa.

e) Ia atirar-se cá para fora, quando se ouviu estalar o madeiramento da casa incendiada...


10. (UEL) Texto 1

De cada casulo espipavam homens armados de pau, achas de lenha, varais de ferro. Um empenho coletivo os agitava agora, a todos, numa solidariedade briosa, como se ficassem desonrados para sempre se a polícia entrasse ali pela primeira vez. Enquanto se tratava de uma simples luta entre dois rivais, estava direito! ‘Jogassem lá as cristas, que o mais homem ficaria com a mulher!’ mas agora tratava-se de defender a estalagem, a comuna, onde cada um tinha a zelar por alguém ou alguma coisa querida.

(AZEVEDO, Aluísio, O cortiço. 26. ed. São Paulo: Martins, 1974. p. 139.)



Texto 2

O cortiço é um romance de muitas personagens. A intenção evidente é a de mostrar que todas, com suas particularidades, fazem parte de uma grande coletividade, de um grande corpo social que se corrói e se constrói simultaneamente.


(FERREIRA, Luiz Antônio. Roteiro de leitura: O cortiço de Aluísio Azevedo. São Paulo: Ática, 1997. p. 42.)

Sobre os textos, assinale a alternativa correta.

a) No Texto 1, por ser ele uma construção literária realista, há o predomínio da linguagem referencial, direta e objetiva; no Texto 2, por ser ele um estudo analítico do romance, há o predomínio da linguagem estética, permeada de subentendidos.

b) A afirmação contida no Texto 2 explicita o modo coletivo de agir do cortiço, algo que também se observa no Texto 1, o que justifica o prevalecimento de um termo coletivo como título do romance.

c) Tanto no Texto 1 quanto no Texto 2 há uma visão exacerbada e idealizada do cortiço, sendo este considerado um lugar de harmonia e justiça.

d) No Texto 1 prevalece a desagregação e corrosão da grande coletividade a que se refere o Texto 2.

e) O que se afirma no Texto 2 vai contra a idéia contida no Texto 1, visto que no cortiço jamais existe união entre os seus moradores.


11. (UEL) A questão refere-se aos trechos a seguir.

Justamente por essa ocasião vendeu-se também um sobrado que ficava à direita da venda, separado desta apenas por aquelas vinte braças; e de sorte que todo o flanco esquerdo do prédio, coisa de uns vinte e tantos metros, despejava para o terreno do vendeiro as suas nove janelas de peitoril. Comprou-o um tal Miranda, negociante português, estabelecido na rua do Hospício com uma loja de fazendas por atacado.

E durante dois anos o cortiço prosperou de dia para dia, ganhando forças, socando-se de gente. E ao lado o Miranda assustava-se, inquieto com aquela exuberância brutal de vida, aterrado diante daquela floresta implacável que lhe crescia junto da casa, por debaixo das janelas, e cujas raízes piores e mais grossas do que serpentes miravam por toda parte, ameaçando rebentar o chão em torno dela, rachando o solo e abalando tudo.

(AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. 26. ed. São Paulo: Martins, 1974. p. 23; 33.)

Com base nos fragmentos citados e nos conhecimentos sobre o romance O Cortiço, de Aluísio Azevedo, considere as afirmações a seguir.

I. A descrição do cortiço, feita através de uma linguagem metafórica, indica que, no romance, esse espaço coletivo adquire vida orgânica, revelando-se um “ser” cuja força de crescimento assemelha-se ao poderio de raízes em desenvolvimento constante que ameaçam tudo abalar.

II. A inquietação de Miranda quanto ao crescimento do cortiço deve-se ao fato de que sua casa, o sobrado, ainda que fosse uma construção imponente, não possuía uma estrutura capaz de suportar o crescimento desenfreado do vizinho, que ameaçava derrubar sua habitação.

III. Não obstante a oposição entre o sobrado e o cortiço em termos de aparência física dos ambientes, os moradores de um e outro espaço não se distinguem totalmente, haja vista que seus comportamentos se assemelham em vários aspectos, como, por exemplo, os de João Romão e Miranda.

IV. Os dois ambientes descritos marcam uma oposição entre o coletivo (o cortiço) e o individual (o sobrado) e, por extensão, remetem também à estratificação prresente no contexto do Rio de Janeiro do final do século XIX.

Estão corretas apenas as afirmativas:

a) I e II.

b) I e III.

c) II e IV.

d) I, III e IV.

e) II, III e IV.



12. (UFLA) Leia o texto para responder à questão.

O CORTIÇO (Aluísio de Azevedo)

Estalagem de São Romão. Alugam-se casinhas e tinas para lavadeiras.” As casinhas eram alugadas por mês e as tinas por dia; tudo pago adiantado. O preço de cada tina, metendo a água, quinhentos réis; sabão à parte. As moradoras do cortiço tinham preferência e não pagavam nada para lavar. (...)

E aquilo se foi constituindo numa grande lavanderia, agitada e barulhenta, com as suas cercas de varas, as suas hortaliças verdejantes e os seus jardinzinhos de três e quatro palmos, que apareciam como manchas alegres por entre a negrura das limosas tinas transbordantes e o revérbero das claras barracas de algodão cru, armadas sobre os lustrosos bancos de lavar. E os gotejantes jiraus, cobertos de roupa molhada, cintilavam ao sol, que nem lagos de metal branco.

E naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade quente e lodosa, começou a minhocar, a esfervilhar, a crescer, um mundo, uma coisa viva, uma geração, que parecia brotar espontânea, ali mesmo, daquele lameiro, e multiplicar-se como larvas no esterco. (O Cortiço. São Paulo, Ática, 1997)

A fusão entre os seres e o ambiente a que pertencem é um traço naturalista fortemente presente no fragmento.

Indique a alternativa que melhor expressa essa característica.

a)"Diga-me com quem tu andas e eu te direi quem és" / "Filho de peixe peixinho é."

b) Vão-se os anéis, ficam os dedos” / “Cada macaco no seu galho.”

c) “Ri melhor quem ri por último” / “Nem todos os dedos da mão são iguais.”

d) “Antes só do que mal acompanhado” / “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.”

e) “O que os olhos não vêem o coração não sente” / “De grão em grão a galinha enche o papo.”



13. (UNILAVRAS) Pode-se afirmar corretamente com relação ao romance O Cortiço, exceto:

A) É um romance urbano.

B) O Autor admite a influência do meio no comportamento do indivíduo.

C) Alcança a época da escravidão.

D) Romão é tudo, menos um ingrato.

E) O protagonista não se contenta com a ascensão econômica, quer a social também.


14. (UNILAVRAS) Com relação à obra O Cortiço, de Aluísio Azevedo:

I - É uma obra que pertence ao Naturalismo brasileiro.

II - Como uma obra Naturalista, faz uma abordagem patológica do homem.

III - Por ser escrita no século XIX é uma obra romântica.


A) Apenas a afirmativa I está correta.

B) Apenas a afirmativa II está correta.

C) Apenas a afirmativa III está correta.

D) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.

E) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.



15. (UNIFESP) INSTRUÇÃO: Para responder às questões de números 15 a 17, leia o trecho de O cortiço, de Aluísio Azevedo.

Jerônimo bebeu um bom trago de parati, mudou de roupa e deitou-se na cama de Rita. – Vem pra cá... disse, um pouco rouco.

– Espera! espera! O café está quase pronto!

E ela só foi ter com ele, levando-lhe a chávena fumegante da perfumosa bebida que tinha sido a mensageira dos seus amores (...)

Depois, atirou fora a saia e, só de camisa, lançou-se contra o seu amado, num frenesi de desejo doído.

Jerônimo, ao senti-la inteira nos seus braços; ao sentir na sua pele a carne quente daquela brasileira; ao sentir inundar-se o rosto e as espáduas, num eflúvio de baunilha e cumaru, a onda negra e fria da cabeleira da mulata; ao sentir esmagarem-se no seu largo e peludo colo de cavouqueiro os dois globos túmidos e macios, e nas suas coxas as coxas dela; sua alma derreteu-se, fervendo e borbulhando como um metal ao fogo, e saiu-lhe pela boca, pelos olhos, por todos os poros do corpo, escandescente, em brasa, queimando-lhe as próprias carnes e arrancando-lhe gemidos surdos, soluços irreprimíveis, que lhe sacudiam os membros, fibra por fibra, numa agonia extrema, sobrenatural, uma agonia de anjos violentados por diabos, entre a vermelhidão cruenta das labaredas do inferno.

Pode-se afirmar que o enlace amoroso entre Jerônimo e Rita, próprio à visão naturalista, consiste



A) na condenação do sexo e conseqüente reafirmação dos preceitos morais.

B) na apresentação dos instintos contidos, sem exploração da plena sexualidade.

C) na apresentação do amor idealizado e revestido de certo erotismo.

D) na descrição do ser humano sob a ótica do erótico e animalesco.

E) na concepção de sexo como prática humana nobre e sublime.

COMENTÁRIO: Os naturalistas concebem o homem como um animal e que, como tal, tem instintos. O texto, de caráter narrativo-descritivo, revela a lascívia do casal Jerônimo e Rita Baiana.


16. O enlace amoroso, seja na perspectiva de Rita, seja na de Jerônimo,

A) é sublimado, o que lhe confere caráter grotesco na obra.

B) é desejado com intensidade e lhes aguça os ânimos.

C) reproduz certo incômodo pelo tom de ritual que impõe.

D) representa-lhes o pecado e a degradação como pessoa.

E) é de sensualidade suave, pela não explicitação do ato.

COMENTÁRIO: Enquanto ela “atirou fora a saia e, só de camisa, lançou-se contra o seu amado, num frenesi de desejo doído” ele, irremediavelmente seduzido, sentiu-se “escandescente, em brasa”, consumido por um amor “sobrenatural”.



17. A atração inicial entre Rita e Jerônimo não acontece na cena descrita. Segundo o texto, pode-se inferir que ela se relaciona com

A) uma dose de parati.

B) a cama de Rita.

C) uma xícara de café.

D) o perfume de Rita.

E) o olhar de Rita.

COMENTÁRIO: Segundo o texto: (...) a chávena fumegante da perfumosa bebida que tinha sido a mensageira dos seus amores (...).



18. (UFAM) Assinale a alternativa incorreta feita a propósito do romance O Cortiço, de Aluísio Azevedo:

A) É também uma história de corrupção, centrada na animalização humana estimulada pelo sexo e pelo dinheiro.

B) O verdadeiro protagonista desse romance é uma comunidade popular explorada em proveito da burguesia ascendente da época.

C) Observam-se sátiras a alguns tipos predominantes na época: o comerciante rico e grosseiro, a velha beata e raivosa, o cônego relaxado e comilão.

D) O enredo não gira em função de pessoas, havendo muitas descrições precisas onde cenas coletivas e tipos psicologicamente primários fazem o conjunto.

E) Existe uma divisão clara entre a vida dos que venceram, como João Romão, senhor da pedreira e do cortiço, e a labuta dos humildes que se exaurem na luta pela sobrevivência.




19. (UFAM) Das frases abaixo, apenas uma, por não conter características do Naturalismo, não expressar com acerto uma parte do enredo ou não conter o nome de um dos personagens de O Cortiço, NÃO pertence a esse romance. Assinale-a:

A) “A mulata era o prazer, era a volúpia, era o fruto dourado (...) onde a alma de Jerônimo aprendeu lascívias de macaco e onde seu corpo porejou o cheiro sensual dos bodes”.
B) “A primeira que se pôs a lavar foi a Leandra, por alcunha a “Machona”, portuguesa feroz, berradora, pulsos cabeludos e grossos, anca de animal do campo”.
C) “As corridas até à venda reproduziam-se, transformando-se num verminar constante de formigueiro assanhado”.
D) “Um bruxuleio barato no fundo da biboca dos retirantes, que, perdida na amplidão do latifúndio, ficava menor, semelhando um ninho caído, modificava-lhes a impressão da vida”.
E) “De repente, veio enorme borboleta de fogo adejar luxuriosamente em torno da imensa rosa, em cujo regaço a virgem permanecia com os peitos franqueados”.



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