domingo, 10 de abril de 2011

"Livro na escola não basta para formar leitores''


19.08.2008


“Em muitas escolas os livros ficam guardados em armários, em salas de leituras ou são poupados pelos professores. Isso dificulta o acesso para os alunos. As escolas também estão muito atreladas aos conteúdos programáticos. Uma rotina escolar deveria ter rodas de leituras de jornais, leitura de textos literários e leitura dedicada aos projetos didáticos”, disse a diretora de projetos especiais da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) e uma das coordenadoras do projeto Ler e Escrever, da Secretária da Educação do Estado de São Paulo, Claudia Arantangy. Ela participou do debate “Livros na escola: basta para formar leitores?”, durante a 20ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo.

A Bienal do Livro acontece entre os dias 14 e 24 de agosto, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, na capital paulista. O evento reúne 350 expositores nacionais e estrangeiros e espera receber um público superior a 800 mil visitantes.

Para modificar tal realidade, Claudia disse que o mais importante é mudar as rotinas das escolas, aproximando o aluno e o professor. “O contato com a leitura deve ser diário, o professor deve ficar atento. Precisamos dedicar mais tempo para a leitura dentro das instituições, sempre utilizando uma diversidade de gêneros textuais, para estimular o gosto e o prazer em ler”. Para isso, é preciso ter professores qualificados que estimulem e desenvolvam a leitura junto aos alunos.

Principais problemas

Para a coordenadora do Ler e Escrever, o grande problema é que muitas vezes a escola, ao invés de incentivar, desestimula a leitura, pois institucionaliza os conteúdos, descontextualiza e desvincula o assunto estudado da sua ação e/ou função social. “Quem, por exemplo, lê uma bula de remédio quando não se está doente? Ou quem hoje em dia pára para ler o jornal e analisa minuciosamente cada uma de suas partes? É preciso criar situações de uso, pois a prática deve estar mais integrada com a utilidade cotidiana”, explicou.

Os trabalhos e reuniões coletivos foram apontados como saídas possíveis, pois a troca pedagógica estimula novas estratégias e formas de trabalhar a leitura e os conteúdos com a classe. “É uma troca muito rica, pois se discute o fazer pedagógico. Compartilhando experiências, os professores conseguem sair da esfera do ‘criar’ para a do ‘acontecer’. A dificuldade de um, também pode ser a do outro, e juntos podem levantar soluções”, explicou.

Claudia também ressaltou a importância da formação dos professores na hora de formarem os futuros leitores, pois depende deles a forma de como interagir a leitura com outras práticas e com a vida cotidiana.

Para isso, é fundamental integrar uma comunidade de leitores compartilhando diferentes práticas culturais de leitura e escrita. “Formar uma comunidade leitora na escola, na cidade e na família. Quanto maior for essa comunidade maior será o número de leitores envolvidos”, explicou.

Para finalizar, Claudia ressaltou o papel da leitura na formação do cidadão. “A leitura é fundamental, pois com ela conseguimos defender nossas interpretações e tentar compreender o outro e o mundo. O livro nos ajuda a tomar posições diante da leitura realizada, faz nos questionarmos acerca das intenções e opiniões do autor, e com isso conseguimos refletir e formar nosso próprio pensamento”.

Dados

Segundo a pesquisa Retratos da Leitura que o Instituto Pró-Livro, os estudantes brasileiros lêem 7,2 livros por ano, mas 5,5 deles são didáticos ou indicados pela escola. Apenas 1,7 livro é lido por vontade e escolha própria. 46% dos estudantes do país dizem não freqüentar bibliotecas e apenas 17% afirmaram não gostar de ler.

Levantamento realizado em 2007 pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), a partir de dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mostrou que apenas 15% das mais de 5 mil escolas estaduais paulistas têm bibliotecas. Por outro lado, o estudo indicou que 73% das escolas dispõem apenas de salas de leitura.

Vivian Lobato

Fonte: Portal Aprendiz
http://aprendiz.uol.com.br/content/cespithusp.mmp

FONTE: http://www.portalpedagogico.com.br/main.jsp?lumPageId=480F8D7C230A5B090123105E266C59F5&itemId=480F8D7C1AE1CB12011BDC5D60B17178

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